A Rede de Agroecologia do Maranhão – RAMA esteve presente na 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP16), que em 2024 foi realizada em Cali, na Colômbia.
O convite para participação na conferência veio da Frontline e da Amazon Watch, com todo apoio logístico realizado pela Global Witness, que levou diversas representações de organizações espalhadas pelo mundo, que atuam na defesa da biodiversidade no planeta.
Linalva Cunha, que compõe nossa Coordenação Política, representou a RAMA na COP16, participando dos espaços ligados a temática dos Direitos Humanos e Direitos da Natureza, que atravessam as vivências das comunidades tradicionais no enfrentamento às Mudanças Climáticas provocadas pelo modo de produção capitalista.
Participamos das conferências com os temas: “Equidade de gênero, meio ambiente e sociobiodiversidade” e “ Amazônia Contra o Relógio: Garantindo os direitos dos Povos Indígenas para evitar o ponto de não retorno na Amazônia”.
Estivemos na roda de conversa comunitária com o tema “Os direitos dos camponeses, seu papel e contribuições para o quadro global de biodiversidade”, e em palestras que abordaram os riscos para Defensores da Terra na Amazônia, considerando o papel das instituições financeiras e salvaguardas para a restauração ambiental, reconciliação e paz, e também, a Biodiversidade e sua relação com o mercado e as oportunidades.
Participamos também de uma reunião de diálogo multisetorial, cuja pauta foram as estratégias para proteger os defensores/as do meio ambiente e da América Latina, com o objetivo de visibilizar a problemática de ameaças e violações dos direitos humanos de defensores e defensoras do meio ambiente na América Latina, refletindo ainda o trabalho de Global Witness e das lideranças de defensores/as do Brasil e Colômbia. A partir de tais reflexões, refletimos coletivamente, estratégias, soluções e compromissos com a sociedade civil, governo e demais atores sociais para a construção de políticas públicas que assegurem a autoproteção dos/as defensores/as dos Direitos Humanos.
Cabe ressaltar que, o tema desta reunião foi um dos principais motivos para o convite recebido pela Rama, tendo em vista nossa atuação junto aos defensores e defensoras de direitos humanos e direitos da natureza nos territórios.
Por fim, durante a COP16, foi lançada a série documental “Guardiãs da floresta”; que traz as narrativas de lideranças femininas que atuam na defesa da natureza e dos direitos das mulheres quilombolas, indígenas, ribeirinhas, quebradeiras de coco, extrativistas, e de outros povos e comunidades tradicionais. Essas mulheres que lutam pela manutenção dos seus modos de vida tradicionais, pela vida da floresta e de todo planeta.
A partir desses espaços foram construídos encaminhamentos, que se desdobram em articulações políticas em todo o globo, com vistas a construir ações efetivas para a proteção da sociobiodiversidade, compreendendo que o caminho para a conservação da biodiversidade perpassa a proteção dos povos e comunidades que vivem nas florestas, e através de seu modo de vida, contribuem para proteção e fortalecimento dos ambientes naturais.
Refletimos a importância de espaços como esse para que se possam construir análises e estratégias coletivas, contudo, tecemos algumas avaliações. Apesar da COP16 ter articulado representantes de vários países e assegurar uma boa estrutura para receber toda a diversidade de movimentos sociais, organizações da sociedade civil, pastorais, governos, empresas e outros, e, de promover debates tão importantes, que se desdobram em encaminhamentos para as políticas públicas de proteção a biodiversidade, não foram visualizados os recursos financeiros para que tais ações possam ser efetivadas, e portanto, o processo de luta política junto aos espaços globais de decisão, precisa seguir e cobrar que hajam os devidos investimentos para proteção da natureza e conservação da biodiversidade no planeta.
O mundo encontra-se em colapso pelos desdobramentos das mudanças climáticas, com um cenário de extremos cada vez maiores. Portanto, o caminho para se construir respostas deve percorrer uma análise crítica acerca da destruição da natureza promovida pelo sistema capitalista, e principalmente, deve incluir os povos e comunidades tradicionais e a proteção aos defensores e defensoras de direitos humanos e direitos da natureza no debate e também no orçamento.
É essencial também o enfrentamento à todas as formas de envenenamento da população e da natureza, que no Brasil, e em especial no Maranhão, se dá através da Mineração, do Fracking e dos Agrotóxicos, que ameaçam territórios e comunidades, não só no campo, mas também nas cidades.
Queremos Territórios Livres de Veneno!
Queremos a construção de estratégias de enfrentamento à crise climática que contemplem nossas pautas e nossas lutas em defesa dos territórios e da vida!!! #VozesDaAmazôniaPelaAçãoClimática #CoalizãoAmazôniaMaranhense #AgroecologiaParaProteçãoDasFlorestasDaAmazônia #VACBrasil #açãoclimática #voicesforjustclimateaction
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